Queijo Cabacinha, típico do Jequitinhonha, terá pesquisa de identidade e qualidade

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Queijo Cabacinha, típico do Jequitinhonha, terá pesquisa de identidade e qualidade

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Estudo, depois de concluído, vai contribuir para a regulamentação do produto e facilitar comercialização
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Durante o 1º Encontro de Produtores do Queijo Cabacinha, realizado nesta quinta-feira (25/11), em Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, foi lançada uma pesquisa para a caracterização do queijo Cabacinha, típico da região. O evento, realizado pela prefeitura municipal e pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), reuniu agricultores familiares, técnicos de instituições vinculadas à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), além de lideranças locais do setor agropecuário.

O presidente da Emater-MG, Otávio Maia, ressaltou a importância da pesquisa para a regulamentação do queijo Cabacinha. “Nós da Emater-MG temos um orgulho muito grande de fazer parte dessa história, já na reta final de regularização desse produto, de tão grande tradição e cultura, além de ter um sabor excepcional. Precisamos libertar os produtores das fronteiras municipais, regionais, estaduais, porque os queijos produzidos aqui têm grande potencial de mercado”.

Otávio Maia também destacou a participação das parcerias para o apoio aos produtores rurais no Estado. “Hoje a Emater-MG está atuando em 806 municípios de Minas Gerais. Esse alcance se deve justamente aos convênios que temos com cada um dos prefeitos desses municípios. Gostaria de agradecer ainda à Epamig (Empresa Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) e ao IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), que juntamente com a Emater-MG integram o sistema de agricultura, pecuária e abastecimento do Estado”, diz o presidente da Emater-MG.

A assessora técnica da Emater-MG, Marciana de Souza Lima, explica que o estudo de caracterização do queijo Cabacinha, depois de concluído, vai subsidiar a criação de uma regulamentação para o produto. A expectativa é incentivar a agregação de valor ao produto e facilitar a comercialização.

"Atualmente, os queijos artesanais que não possuem este regulamento técnico de identidade e qualidade são impossibilitados de serem comercializados. A pesquisa será realizada pela Epamig, com colaboração da Emater-MG, e vai avaliar os parâmetros físicos, físico-químicos, microbiológicos e sensoriais do produto. Esse estudo poderá subsidiar a elaboração do regulamento técnico do queijo Cabacinha”, afirma

A coordenadora técnica regional da Emater-MG em Almenara, Luziane Dias de Oliveira, afirma que a regulamentação “é um sonho dos produtores''. Ela diz que, com a regulamentação aprovada e publicada, por meio de uma portaria, eles poderão registrar suas queijarias e, com isso, comercializar seus queijos fora dos municípios onde são produzidos e em outros Estados do Brasil, tendo mais oportunidades e geração de renda em seus negócios. “A formalização inspira confiança no consumidor, fortalece a cadeia produtiva e estimula a busca por maior qualidade do produto”, destaca Luziane.

O queijo Cabacinha é produzido artesanalmente por agricultores familiares e, além de ser um dos expoentes da cultura gastronômica mineira, tem grande relevância socioeconômica para a região Nordeste de Minas Gerais. Produzido a partir do leite cru, acrescido de coalho e fermento láctico, o queijo é moldado manualmente em um formato que se assemelha a uma cabaça, o fruto da cabaceira que, quando maduro, é utilizado como recipiente e para a fabricação de instrumentos musicais. Depois de salgado em uma salmoura, o Cabacinha é pendurado para secar, antes da comercialização.

Em 2014, a Emater-MG realizou o estudo de caracterização da região como produtora do queijo Cabacinha, envolvendo cinco municípios: Cachoeira do Pajeú, Comercinho, Itaobim, Medina e Pedra Azul. Essa região foi reconhecida pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) como produtora do queijo Cabacinha, por meio da Portaria IMA Nº 1403. Depois, outros quatro municípios solicitaram a inclusão na região produtora: Divisópolis, Jequitinhonha, Joaíma e Ponto dos Volantes. Foi, então, realizada uma nova caracterização regional, reconhecida pelo IMA, em 2021, por meio da Portaria IMA Nº 2087.

O trabalho de caracterização do queijo artesanal, realizado pela Emater-MG, é um processo de reconhecimento de municípios produtores, por meio de diagnóstico de produção, levantamento histórico, cultural e da caracterização integrada do meio físico. Além disso, a Emater-MG orienta os produtores no processo da implantação das boas práticas agropecuárias e boas práticas de fabricação, e na legalização das queijarias.

 


Miriam Fernandes - Ascom/Emater-MG
Foto: Divulgação/Emater-MG

 

 

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