Mulheres rurais melhoram a renda com reciclagem têxtil na Zona da Mata

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Mulheres rurais melhoram a renda com reciclagem têxtil na Zona da Mata

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Projeto Recriar, da Emater-MG, se manteve durante a pandemia com vendas on-line
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O município de São João Nepomuceno, na região da Zona da Mata, é um polo de confecções. Mas a produção de peças de vestuário gera uma grande quantidade de retalhos que vão parar no lixo, se tornando um sério problema ambiental na região. Buscando uma solução, a equipe do escritório local da Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), procurou a prefeitura municipal com a ideia de montar um projeto que, ao mesmo tempo, minimizasse os impactos ambientais e beneficiasse um grupo de mulheres e jovens da comunidade rural de Braúnas, que estavam ociosos e em busca de uma fonte de renda.

Daí surgiu, em 2017, o Projeto Recriar, que aproveita os retalhos doados pelas fábricas para a confecção de peças de artesanato. “Trabalhamos inicialmente com as secretarias municipais de Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Meio Ambiente. Apresentamos a proposta aos empresários e para a comunidade. Todos gostaram e assim surgiu uma nova perspectiva de trabalho para as famílias”, conta a extensionista da Emater-MG, Cristiane Castro.

A ação começou com a realização de oficinas de desenvolvimento de produtos artesanais e designer das peças, além de orientação e apoio na busca de mercado e elaboração de projetos para captação de recursos. Após as oficinas, uma grande encomenda coletiva de um sindicato fortaleceu o ritmo de trabalho dos participantes. O grupo Braunartes é composto por oito famílias que se revezam na costura, bordados e comercialização das peças, com participação efetiva de jovens e mulheres rurais.

Maria Aparecida Dutra Filgueiras é uma das artesãs do grupo e acredita que o projeto tem ajudado muito a comunidade. “Esse trabalho melhorou a nossa vida. Agora temos um dinheiro extra, mas acredito que podemos alavancar mais as vendas no futuro, pois a divulgação do grupo está maior”, comenta a costureira.

Os integrantes do Braunartes usam máquinas de costura, overloque e outros equipamentos do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), que também disponibilizou instrutores para o grupo. Já a oficina de trabalho é um local cedido pela comunidade, uma sede escolar desativada.

Pandemia

Em 2020, o surgimento da pandemia do coronavírus, inicialmente, atrapalhou as vendas. Mas a técnica da Emater-MG conta que o grupo acabou percebendo na crise uma nova oportunidade de negócios. “Tivemos a ideia de usar os tecidos para fazer máscaras que foram direcionadas ao hospital e entidades locais. A partir disso, abriu uma nova porta e elas começaram a personalizar as máscaras, que levou a uma boa procura”, lembra a extensionista.

As medidas de isolamento também inspiraram o grupo a se aventurar no mercado digital, com a criação de páginas em redes sociais como o Facebook e o Instagram para a comercialização das peças. “As vendas, que a gente acreditava que iriam diminuir com a pandemia, surpreendentemente acabaram aumentando e as mulheres conseguiram manter o trabalho através das páginas de internet”, diz Cristiane.

Com muita criatividade, o grupo Braunartes tem feito um ótimo trabalho de reciclagem têxtil e aproveitamento de resíduos. Desde o início do projeto, em 2017, já foram aproveitados cerca de 200 quilos de sobra de panos. Atualmente, a Emater-MG e a prefeitura estão montando uma plataforma para replicar o Projeto Recriar em outras comunidades e distritos do município, na perspectiva de reduzir o impacto ambiental do descarte inadequado de tecidos no meio ambiente e ainda aumentar a renda das famílias da cidade.

Flávia Freitas - Ascom/Emater-MG

Foto: Divulgação/Emater-MG (Registro anterior à pandemia)

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