Conheça as principais espécies de braquiárias, o pasto mais cultivado para alimentação de bovinos

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Conheça as principais espécies de braquiárias, o pasto mais cultivado para alimentação de bovinos

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Mais do que apenas “mato”, as braquiárias são as protagonistas na alimentação de rebanhos no cerrado
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BELO HORIZONTE (30/1/2020) –  As pastagens são a principal e a mais barata fonte de alimentação de rebanhos bovinos brasileiros. Mas, com tantas ofertas de cultivares disponíveis no mercado, como escolher a mais adequada? Para responder essa questão, consultamos a pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Maria Celuta. A pesquisadora afirma que a opção mais adequada depende, sobretudo, de condições de clima, solo e altitude.

De acordo com Maria Celuta, os capins do gênero braquiária (brachiaria) são os mais plantados no Brasil, em razão da adaptação aos mais diversos climas e solos do país. Por esse motivo, as sementes amplamente comercializadas por cooperativas e estabelecimentos agrocomerciais. Em ambientes de cerrado, onde se encontra a maior parte de produção pecuária brasileira, o predomínio de braquiárias é indiscutível.

Acompanhe, a seguir, as principais variedades de braquiárias e suas particularidades.

Brachiaria decumbens cv. Basilik

Por apresentar crescimento intensivo e cobrir o solo rapidamente, essa variedade tem sido a gramínea preferida para a formação de pastos em região de topografia montanhosa. Além disso, a braquiária decumbens reduz a infestação por plantas invasoras e os danos ao solo por erosão.

Apesar de se adaptar e desenvolver razoavelmente bem em solos de baixa fertilidade, a variedade responde bem à adubação. Também, a braquiária decumbens coloniza áreas de até 1.750 metros acima do nível do mar em áreas de textura arenosa ou argilosa, desde que bem drenadas.

Sua temperatura ideal de crescimento é de 30º a 35ºC. A variedade é tolerante à seca e, embora seque por completo em regiões onde não há chuvas em períodos seco, como no cerrado, a braquiária decumbens pode ser armazenada na forma de feno.

Brachiaria brizantha cv. Marandu

O capim-Marandu apresenta ampla adaptação climática, pois suporta altitudes de até três mil metros acima do nível do mar, precipitação mínima de 700 milímetros e até cinco meses de seca. Porém, a variedade não tolera solos encharcados, embora aceite sombreamento e até mesmo fogo.

A temperatura ideal de crescimento do capim-Marandu é entre 30º e 35ºC, com temperatura mínima de 15ºC. Trata-se de um capim recomendado para solos de média e boa fertilidade, mas responde bem à adubação e é indicada para sistemas intensivos com alto investimento.

Em razão de suas características, pode ser recomendado para terrenos de topografia acidentada, mas requer cuidados no manejo do pastejo, pelo fato de o crescimento cespitoso proporcionar proteção mediana contra a erosão do solo.

A semeadura do capim-Marandu deve ser feita entre 2 e 4 centímetros de profundidade com densidade de plantio em torno de quatro quilos por hectare de sementes viáveis, em solos preparados convencionalmente, bem destorroados.

Brachiaria brizantha BRS Paiaguás

O capim-Paiaguás é mais uma excelente opção para a diversificação de pastagens em solos de média fertilidade no cerrado. É um capim selecionado com base na produtividade, vigor, produção de sementes e, apesar de não apresentar resistência à cigarrinha das pastagens, mostra elevado potencial de produção animal no período seco, com alto teor de folhas e bom valor nutritivo.

A grande vantagem do BRS-Paiaguás é perceptível durante o período seco, quando o capim apresenta maior acúmulo de forragem de melhor valor nutritivo, o que resulta em mais ganhos de peso vivo dos animais por área (cerca de 45 quilos por hectare a mais que o capim-BRS Piatã em um ano, por exemplo).

Brachiaria brizantha BRS Piatã

O capim-Piatã é apropriado para solos de média fertilidade. A variedade se adapta muito bem a solos bem drenados e é mais tolerante a solos com drenagens ruins que o capim-Marandu.

A variedade é resistente às cigarrinhas típicas de pastagens, mas não tão resistente à cigarrinha-da-cana-de-açúcar, o que limita sua atuação em áreas com histórico de problemas com pragas desse gênero.

Durante a época seca, observa-se mais ganhos de peso por animal com o capim-Piatã (349 g/dia) em relação ao capim-Xaraés (286 g/dia) e ao capim-Marandu (312 g/dia), o que indica maior qualidade da forrageira.

Por fim, o capim-Piatã tem sido considerado uma boa opção para plantio na integração lavoura-pecuária, por apresentar fácil dessecação e crescimento inicial mais lento, além das características favoráveis de manejo, arquitetura de planta e acúmulo de forragem na seca.

Ascom/Epamig

Foto: Erasmo Pereira

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